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Comunicar ciência

Um blogue sobre comunicação de ciência em linguagem clara (antigo "Estrada para Damasco")

Dance your Ph.D

22.02.20 | Cristina Nobre Soares

 

Dance your Ph.D é um concurso anual, apoiado pela revista Science, que desafia alunos de doutoramento a explicarem as suas teses e respectivas conclusões através da dança.

 Antonia Groneberg, foi a vencedora deste ano. Antonia trabalha da Fundação Champalimaud e nesta coreografia explicou a sua tese de doutoramento, na qual estuda a maneira como as experiências sociais do início da vida influenciam os comportamentos dos peixes-zebra.

A linguagem clara é quando falamos, independemente do meio usado, numa linguagem simples e universa. E este é um exemplo fabuloso.

 

 

 

 

7 causas das frases enormes:

19.02.20 | Cristina Nobre Soares

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Uma coisa que torna a escrita difícil de ler e pouco clara são as frases muito grandes (frases com mais de 40 palavras). E, na grande maioria dos casos, essas frases enormes resultam:

  1. do facto de se transmitir duas ou três ideias diferentes na mesma frase.
  2. de se usar a voz passiva e nominalizações.
  3. das enumerações longas que podem perfeitamente passar para uma lista de pontos ou de números.
  4. da palha “para evitar que a frase fique pobrezinha”.
  5. da palha repetitiva (chama-se ser chato).
  6. da palha porque gostamos imenso de nos ouvir (os outros nem sempre).
  7. enfim, da palha.

Uma frase deve expressar apenas uma ideia. E basta expressá-la uma vez.

Na escrita clara de ciência menos é mesmo mais.

 

A vida dos micróbios no espaço

17.02.20 | Cristina Nobre Soares

 

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A Diana Freire frequentou a 2ª edição do "Comunicar ciência clara". É doutorada em bioquímica e trabalha no Centro de Ciência Viva - Pavilhão do Conhecimento. Como trabalho final do curso escreveu um texto para um público-alvo infanto-juvenil, com o objectivo de comunicar uma actividade sobre "A vida dos micróbios no espaço".

 

"Achas que existe vida extraterrestre, vida fora do nosso planeta? De certeza que já pensaste se existem ou não extraterrestres, tal como aqueles que aparecem nos filmes que dão na televisão ou no cinema.

A verdade é que ainda não sabemos se eles existem ou não, especialmente quando falamos de extraterrestres, daqueles do nosso tamanho ou parecido. Mas, tenho uma surpresa para ti! Alguns cientistas começam a encontrar provas de que existem bichinhos muito, muito pequeninos, daqueles que nem com a lupa consegues ver, no espaço extraterrestre, ou seja, noutros planetas. Dentro deste grupo de microorganismos, existem as bactérias que são os bichinhos mais simples que existem no nosso planeta. As bactérias conseguem multiplicar-se, ou seja, conseguem-se dividir e criar muitas bactérias iguais a si mesma até fazerem uma família muito grande, as chamadas colónias bacterianas.

Mas, para que a bactéria se consiga multiplicar, é preciso que tenha o alimento certo. Ora vamos lá explicar. Por exemplo, quando estás cansado podes comer algo e ficar com mais energia para ires jogar com os teus amigos. As bactérias funcionam da mesma forma porque também têm que comer uma espécie de açúcar para conseguir sobreviver. Para além disso, também é importante que vivam a uma temperatura que as deixe mais confortáveis. Imagina que tinhas que ir brincar lá fora no parque num dia com 50 graus de temperatura, ou seja num dia ainda pior do que o dia mais quente de verão pelo qual tu já passaste! E num dia assim eras capaz de voltar para dentro de casa onde estava mais fresquinho, não era? Ora, as bactérias também gostam de estar a uma temperatura assim mais confortável!

Agora vou-te deixar a pensar: os cientistas e astronautas contam-nos que nos outros planetas e no espaço não existe água e que as moléculas que lá existem são diferentes das que existem na Terra. Eles contam-nos também que a temperatura que se sente lá fora é muito diferente da que sentimos aqui. E mais ainda, a atmosfera, ou seja a ar que respiramos não é feito de oxigénio ou de azoto como aqui na  na Terra. Então, como podem as bactérias sobreviver no espaço? Como têm que se adaptar? Como descobriram isto os cientistas e astronautas? Será que tal como as bactérias, também nós humanos ou outros seres vivos conseguirão sobreviver noutros planetas, como por exemplo Marte?

 Estas são algumas das questões que vamos abordar na nossa sessão. Não vais faltar, certo?"

 

Imagem: www.ted.com

 

Enquanto isso, em 1963...

03.02.20 | Cristina Nobre Soares

Os editores da Science recomendavam aos autores que usassem a voz activa sempre que possível e termos técnicos apenas quando fossem mesmo necessários, pois não era suposto os leitores terem de recorrer a dicionários técnicos. Recomendações sábias que fazem parte das regras da linguagem clara.  Em 2020 vamos a tempo de as seguir.

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