Sabe o que é um Biobanco? E que este pode salvar vidas?
O Filipe Carralves, licenciado em Bioquímica e com mestrado em Ciências Biofarmacêuticas, frequentou a 2ª edição do curso "Comunicar Ciência Clara". E, no seu trabalho final, quis explicar-nos o que é um Biobanco.
Todos os anos o cancro mata milhões de pessoas. Mas sabia que existem biobancos e que estes podem salvar vidas? Comecemos por perceber o que é um biobanco. Imagine um banco, no qual, em vez de se guardar dinheiro, guardam-se amostras biológicas da população (sangue, tumores e saliva), incluindo de dadores saudáveis, para fins de pesquisa médica. Ou seja, uma pessoa comum e saudável, como o leitor, pode participar nesta iniciativa e ajudar os cientistas a descobrir novos métodos para curar ou prevenir esta doença.
Para tal, basta deslocar-se ao Hospital de Santa Maria, em Lisboa, por exemplo e assinar os documentos a autorizar que lhe façam a colheita. Depois, a equipa de técnicos do biobanco faz a recolha destas amostras. Após a colheita do material biológico, a equipa insere os respetivos dados e armazena-os consoante a sua origem.
O nosso corpo é formado por células que têm diferentes funções, tal como as abelhas numa colmeia. Mas, a dada altura podem ficar descontroladas e, quando isso acontece, forma-se um tumor. Para além da recolha destas amostras de que falei acima, no biobanco também se faz o controlo de qualidade do ADN (ácido desoxirribonucleico). Assim, como prevenção, os técnicos podem ler o código do nosso ADN procurando, mutações (informações erradas) que eventualmente possam resultar em cancro. Todas estas amostras biológicas ficam congeladas e vivas, podendo durar vários anos assim.
O seu contributo é verdadeiramente valioso. Por essa razão, o biobanco assegura a proteção dos seus dados. Lembre-se que o seu material biológico pode ser aplicado no diagnóstico de doenças de amigos e familiares. E pode fazer a diferença num espaço que guarda o futuro da sua saúde e dos próximos.